Planejamento de pastejo: qual é o impacto no resultado da sua propriedade?

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Planejamento de pastejo: qual é o impacto no resultado da sua propriedade?

Publicado em 29/09/2022

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Afinal, se a pastagem é, aparentemente, o recurso mais barato na propriedade, por que devemos falar dela quando se trata de gestão de resultados na gestão rural? 

Apesar de ser amplamente difundida a ideia do baixo custo do pasto, saiba que isso não é bem uma verdade!  Mas calma, vamos mostrar o porquê. Aqui no AgroHUB, costumamos dizer que a pastagem é um recurso que já foi pago, mas que exige cuidados. O primeiro ponto que representa isso, e o mais óbvio, é que, para se ter uma pastagem, precisa ter uma terra, e sabemos que terra é um bem caro atualmente; outro ponto é a necessidade de cuidados, controlando invasores, formigas, cupim, repondo nutrientes de acordo com o estágio de degradação, realizando irrigações, instalando cercas, entre outras coisas. Todas essas ações têm um custo para o produtor e, ao otimizar o uso da pastagem, é possível alavancar resultados de uma forma consistente. Continue a leitura para entender mais sobre os impactos do manejo da pastagem nos seus números.

Retomando um pouquinho nos estudos de fisiologia das forrageiras, há 3 fatores que estão integrados e que impactam diretamente no desenvolvimento da pastagem. São eles: fatores químicos, físicos e biológicos.

A parte química é o que vemos quando fazemos uma análise do solo local, apresentando as taxas de cálcio, fósforo, alumínio, entre outras coisas. A parte física são as características daquele solo. Quando bem manejadas e saudáveis, são esses 2 fatores juntos que promovem uma boa biologia do solo, sendo um bom ambiente para bactérias, fungos e microorganismos de forma geral que são benéficos para a planta e indispensáveis para o ganho na produção de pastagens. 

Para entender um pouco melhor a correlação entre esses fatores, mesmo que o solo possua uma parte química boa, com potencial de produção, se ele estiver compactado, isso é, a parte física danificada, a planta ficará impossibilitada de extrair os nutrientes disponíveis ali.  A parte física precisa estar em bom estado, isso é, solo poroso para que a planta extraia e desenvolva todo potencial e, assim, desenvolver uma boa biologia local. Entendendo o processo de impacto desses 3 fatores na produção vegetal, fica claro para nós, a importância de um manejo de pastagem adequado.

É muito comum, no dia a dia das fazendas, presenciarmos a falta de acompanhamento do uso dessas pastagens. É importante salientar que cada tipo de pastagem demanda um cuidado específico e, a falta de conhecimento a respeito das características da pastagem e a falta do acompanhamento do pastejo podem ocasionar danos, tanto no pasto quanto no bolso. 

Em termos práticos, quando um animal é solto no pasto, durante o pastejo, ele remove partes da planta e, cada espécie possui características próprias de crescimento e regeneração. Dessa forma, para cada tipo de pastagem é necessário planejar o manejo, para que a planta recupere plenamente todo o seu potencial. Por isso que o manejo é determinante no negócio. 

Neste ponto, entra um termo técnico muito comum no dia a dia de campo: a matéria seca, isto é, a fração sólida que permanece quando retiramos toda a parte líquida da forrageira. Ela é o fator mais importante na pastagem, pois é essa parte que será convertida em nutrientes para o gado. Quando falamos de manejo de pastagem é preciso avaliar o teor de matéria seca disponível para o rebanho, de modo que ele cresça, reproduza e engorde conforme o planejado. O percentual da matéria seca na massa de forragem, isto é, a quantidade de forragem dentro de uma área determinada pode variar de acordo com o período do ano. No início do período das águas, que em algumas regiões do Brasil ocorre entre os meses de outubro a dezembro, temos um crescimento acelerado das pastagens devido ao aumento das chuvas. É possível notarmos o pasto bem verde, porém, em termos de aproveitamento, essa pastagem possui grande quantidade de água e pouco percentual de matéria seca. Já no período de seca, presenciamos uma menor quantidade de chuvas e aumento na incidência solar, ocasionando em baixo crescimento e menor valor nutricional da pastagem. Neste período, a folha que antes estava verde começa a secar e amarelar, em um processo de lignificação, isto é, onde a planta produz lignina, um composto fenólico,  como forma de proteção. Essa lignina possui baixa palatabilidade e digestibilidade, reduzindo a quantidade de consumo e não permitindo que o animal aproveite bem as propriedades nutricionais do que é consumido, ocasionando assim em perda de peso, caso não seja utilizado um suplemento alimentar adicional. 

Tudo na pecuária está conectado e, quando falamos em produtividade e lucratividade, a pastagem entra como fator mais importante, pois ela é a base do ganho de peso do animal. Por este motivo é tão importante analisar e entender como o pasto está para, assim, realizar o manejo adequado e, assim, tomar melhores decisões na gestão.

Se você tem interesse em aprofundar mais seus conhecimentos no estudo dos diferentes tipos de pastagem, em sua produção, manejo e ainda, analisar estudos de casos, acompanhe o blog Pasto Com Ciência. Clique para acessar. 

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